Pourquoi le Québec?

Acho que é importante falar sobre a nossa motivação, a final de contas, como todos dizem, imigrar não é para qualquer um, você tem que querer mesmo, porque vai ser difícil.

Bom.. não vou falar mal do Brasil, apesar que qualquer um com um radinho AM sabe que ele não é perfeito. Vou falar de pôquer. Normalmente há duas estratégias básicas no pôquer, ou você joga sempre tentando sobreviver na mesa, com poucas fichas... ou você vê suas cartas, identifica uma oportunidade, arrisca um pouco mais e tenta dobrar ou triplicar suas fichas.

O modo que eu vejo a ida para o Québec é a segunda estratégia citada acima, minhas cartas são: idade, formação e carreira, eu estou realmente na época ideal para ir, se eu fosse antes não teria a experiência profissional e acadêmica tão boa, se eu for depois, não vou ter a idade tão boa (de acordo com os critérios de pontuação do escritório do Québec).

Então é isso, olhei as cartas, vou arriscar uma grana e tempo considerável entre cursos de francês, passagens aéreas, taxas para o consulado e mil outras coisas, porém a expectativa é de um retorno bem interessante, não necessariamente monetário, mas acredito que a experiência de vida vai ser impagável.

Se a idéia fosse ficar rico, o Brasil seria um país melhor, uma vez que a desigualdade na distribuição de renda é tradicionalmente bem maior aqui (passou um documentário na TV Cultura “O Último que Sair Fecha a Porta”, em que uma moça “quebecoise” fala um pouco disso).

É claro que eu não dei essa resposta na nossa entrevista de seleção, mas seria uma resposta honesta também... a resposta que eu dei lá foi sobre o ganho da bagagem cultural vivendo em um país bilíngüe, o baixo custo da educação (para meus futuros filhos) e saúde e por fim a melhor qualidade de vida. Falando em educação, é importante evitar falar que se pretende estudar lá (fazer faculdade, mestrado e afins), isso porque eles podem reprovar o candidato, pois dá a impressão que ele só está indo lá para estudar e vai embora depois.